Capitulo 9

Lili foi pra casa também, e alegrou aquilo como ninguém mais no mundo alegraria. A mãe de Luan, desesperada, querendo que o filho voltasse, colocou a casa a venda. Luan fazia shows apenas na sexta, sábado e domingo. Quando isso acontecia, Dona Marizete ficava com Lili. A data do batizado dela estava marcada, e num sábado de trabalho, depois do show, Luan bateu em minha porta. Veio logo me abraçando. 

- Tudo bem? - Perguntei.

- Podemos conversar? 

- Claro. 

Entramos e deitamos na cama, ele me abraçou e disse: 

- Você ta disposta a fazer aquilo que me disse quando Lilian nasceu? 

- Cuidar dela? Morarmos juntos?

- Isso.

- É claro. Já te disse isso. 

- Então, vamos por isso em pratica?

Mal acreditei no que ele falava. Meus olhos brilhavam. Era um sonho, morar com ele, cuidar de Lili, como uma mãe, assim como prometi pra Eduarda. 

- Eu to com você sempre! 

-

Havia se passado 2 meses que tínhamos decidido morar juntos. Eu parei de trabalhar pra ele e estava montando um studio em Londrina mesmo. Ele comprou uma casa pra gente, no condomínio dos seus pais. Eu queria ficar no apartamento, mas ele me convenceu que quando Lili começasse a andar, não seria uma boa opção. Era uma casa bonita, mas não exagerada como as outras, bonita, moderna, tinha um certo luxo, mas não era gigante como as outras. Maria era nossa babá, não que nós dois desgrudávamos de Lili, mas ela sempre estava perto pra ajudar. Um moça, estava estudando direito ali em Londrina e precisava do emprego. Muito educada, do interior de SP, era muito inteligente, podia ser bom pra Lili depois. Mas ao mesmo tempo, era bonita. Sua mãe continuava na mesma casa, por pedido de Luan, mas ele ainda não ia lá. As vezes escuto ele chorar de noite, vou até seu quarto, ao lado do meu, e fico ao seu lado, dando apoio e fazendo cafunés. E eu tinha a ilusão que estava realizada, mas no fundo, eu sabia que aquilo tudo, não era uma família, eu e Luan nunca teríamos nada, mas preferia viver a ilusão de que não era bem assim. Depois que nos mudamos, a nossa vida mudou muito. Luan era muito apegado a Lilian, via nela a força pra superar tudo. Mas ele ainda sofria muito, e apesar de tudo conspirar contra, ele era um excelente pai. Eu amava Lilian, com os mais sinceros sentimentos. Era uma criança alegre, e cada conquista e evolução, eu comemorava com Luan. Era o batizado dela, e estávamos saindo de casa. Eu estava com a pequena no colo, sentada, esperando Luan. Maria estava conversando comigo.

- O Luan é uma princesa, só se atrasa! - Brinquei com ela. - Luan, vamos! Estamos atrasados... - Meu apareceu com um sorrisão. Sorrisos verdadeiramente sinceros dele, não era muitos. 

Estava lindo, como a muito tempo eu não via. Depois da morte de Eduarda, ele perdeu um pouco aquela vaidade dele. Mas hoje o cabelo estava alinhado perfeitamente, usava uma roupas social, mas ao mesmo tempo moderna e estilosa, como ela gostava. 

- Você me ajuda com isso aqui? - Pediu pra mim sorrindo, passando uma gravata informal pelo pescoço. Ela daria um ar mais despojado pra ele. 

- Claro. - Levantei sorrindo. 

Maria pegou Lilian e em fui até ele, dando o laço e depois arrumei a gola. 

- Lu... 

- Ta feio? - Ele me olhou preocupado. - Faz tempo que não me visto dessa forma, acho que perdi o jeito. 

- Você ta lindo. - Sorri tímida pra ele, levando as mãos ao meu pescoço. - Se você perdeu o jeito, a concorrência comemora, por que se for melhor do que isso, ninguém tem chance. - Ri. 

- Eu to muito feliz. - Ele sorriu e puxou pra um abraço. - Lilian, ta com três meses, grandona, bem! Vai ser batizada! É motivo pra comemorar. Vencemos. 

- Eu não disse que ia ficar tudo bem? - Peguei sua mão e beijei. 

- Eu e Duda sonhamos muito com isso. - Seu sorriso se desfez. 

- Mas ela está vendo se realizar. Nunca sai de perto de você, eu tenho certeza. 

Ele ficou me olhando sorrindo e depois desviou o olhar.

- Vamos? - Foi andando até Maria e pegou Lili. - Como minha princesa esta linda! E você também hein Maria? Arrasou. 

Minha mente esperançosa, esperou por um elogio pra mim, pra me iludir mais um pouco, mas ele nem me notou, era como se eu fosse um dos seus amigos. Mas mais uma vez engoli meu orgulho, e fingi que nada acontecia. Luan dirigiu e eu fui ao seu lado calada, enquanto Maria conversa com Luan, do banco de trás ao lado de Lili. O batizado foi um sonho, cada segundo, cada detalhe. Vi Luan se emocionar, e eu me permiti fazer o mesmo. E então, me tornei madrinha de Lilian, junto com o testa. 

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