Capitulo 12

Peguei ela e saímos. Dirigi até a casa dos pais de Luan e bati na porta. Mari veio abrir com um sorrisão, pegou a menina e mexeu com ela. 

- Luan não veio? - Ela perguntou. Sempre perguntava, acho que tinha esperanças dele aparecer de surpresa. 

- Não Mari. 

- Será que um dia ele volta pra cá?

- Acho que sim. - Abracei ela. - Só dá esse tempinho pra ele. - Sorri. 

Mas logo Seu Amarildo apareceu brincando e pegando a Lili. 

- Cadê Bruna? 

- No quarto. 

- Vou lá! 

Subi as escadas correndo e abri o quarto com tudo, assustando ela. Ela pulou assustada, e depois rimos e sentei na cama. Ficamos conversando, até ela tocar no mesmo assunto da mãe. 

- Luan não vem mesmo pra cá não é? 

- Ele ainda sofre muito Bru. 

- Eu sei. 

- Mas ele está melhorando devagar. - Sorri. - Esses dias foi num churrasco na casa do Sorocaba, essa semana foi naqueles encontros sertanejos que eles fazem na casa do Lucas. 

- Isso é muito bom. - Ela sorriu. 

- E ele está se arrumando melhor! Fico feliz quando ele aparece com uma daquelas roupas diferentes dele, pedindo opinião! - Sorri, mas acho que sorri demais. 

Bruna sorriu pra mim. 

- Ele é o único que não percebe, não é? 

- Percebe o que? 

- Você ama ele. 

Olhei assustada pra ela. 

- Claro que não Bruna, que ideia. 

- Carol! - Ela riu. - Não é crime nenhum. Vem cá. 

Ela me puxou pra um abraço e eu me permiti chorar, ela deitou minha cabeça no seu colo e me fazia carinho.

- Faz quanto tempo isso? 

- Anos, muitos anos, desde adolescente. 

- Ele nunca desconfiou?

- Não, eu nunca deixei parecer. 

- Não, ele que é burro. 

- Mas do que vai mudar ele saber? Eu já me conformei que nós dois nunca vai dar certo. 

- Você desiste antes de tentar.

- Eu não posso tentar. Ele ama outra pessoa. 

- Que morreu! Ela não está mais aqui. 

- Mas é ela que ele ama. 

- Você acha que ele nunca mais vai ter ninguém? 

- Vai, é claro. Mas não vai ser eu. Ele nem me nota. 

Ela riu de depois levantamos. 

- Vamos ver Lilian. 

- Bruna! 

- Eu não vou contar pra ninguém.

Narrado por Bruna.

Ri de Carol. Acho que só eu achava que ele também, no fundo, sentia algo por ela. Os olhares, os cuidados, ciúmes. Pra mim era um amor disfarçado, mas que tinha que ser lapidado, cuidado pra então pegar no tranco. Era um amor pra hora certa, que podia aparecer, e na minha opinião, iria. Só precisava de um estimulo e isso que eles precisavam fazer. Eu já podia até ver a trajetória dos dois de agora em diante. E aposto todos meus esmaltes nela!

Narrado por Carolina.

Ficamos um tempo na casa dos pais de Luan e depois fomos comprar comida. No caminho todo, as palavras de Bruna não saiam da minha mente. Pensei muito em tudo que ela me disse, mas não quis me iludir a toa. Eu e Luan não iria pra frente. Peguei comida japonesa, buscando agradar Luan. Ele tinha me dito um dia antes, estar com vontade. Voltei logo pra casa e o encontrei descendo as escadas com o celular na mão. 

- Até que enfim, estava quase ligando pra policia! - Ele riu correndo até aonde eu estava e pegando as sacolas da minha mão, que eu equilibrava com Lilian no colo.

- Que desespero! 

- Estou com fome ué!

Luan pegou ela e subiu pra colocar no berço enquanto eu arrumava as coisas pra comer. Logo estávamos comendo. 

- Isso é muito bom. - Ele disse. 

- É sim. - Sorri. 

- A melhor, e tipo, nós dois gostamos né? A Eduarda não suportava. 

- É gostoso. 

Na verdade, não era minha preferida. Eu nem gostava tanto, mas se tornou algo indispensável. Pensava sempre em agrada-lo e acabava me acostumando com as coisas. Assim como amarelo virou minha cor favorita só por que ele fica incrivelmente lindo com essa cor ou como a mais lindas das musicas não é perfeita se não for cantada na sua voz. Depois do almoço levamos Lili pra passear e foi uma tarde encantadora. Como nossos próximos 7 meses, cheios de magica, encanto e união, união por uma criança linda, pura e sincera. Luan aos poucos foi se superando do trauma, e os avós de Lilian nunca mais apareceram. Eu vi meu menino cada dia mais feliz, com mais sorrisos do roso e expressões mais sinceras. Estava tudo andando bem, caminhando como Luan gostaria, por que pra mim ainda faltava um buraco pra preencher, um buraco que estava longe de se preenchido e talvez se abriria mais. 

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