Capitulo 19

Capitulo dedicado a Amanda Moreira, obrigado pelo carinho! 

Narrado por Luan.

Vaguei sem destino por um tempo, pensando no que estava acontecendo. No mesmo segundo que sai de casa me arrependi do que tinha dito pra Carol. Ela estava sendo perfeita, sendo mais que uma mãe, e mesmo se não fosse, não poderia falar daquela forma. Decidi andar um pouco, depois pediria desculpas. No caminho, só me vinha na cabeça seus beijos, mas logo pensei que estava errado também. Éramos amigos, criamos minha filha juntos e vamos ficar nos beijando? Eu queria, mas talvez fosse abusar demais. Passei numa floricultura e pedi o mais lindo buque. Voltei pra casa angustiado. Entrei de mansinho, Maria estava na área de lazer com Lilian, mas não fui até elas, primeiro procurei Carol, mas não encontrei. Bati na porta do quarto. 

- Carol, posso entrar?

Não respondeu, pensei que talvez tivesse magoada, abri a porta de fininho. Estava todo revirado, e meu coração apertou quando vi as portas do guarda roupa rodas abertas e ele vazio. 

- Carol! CAROLINA! - Bati no banheiro e abri, me desesperando. Ela não estava ali. 

- Ai meu Deus, o que eu fiz? 

Sai correndo e fui até lá fora. 

- Maria, a Carolina! Cadê a Carolina? 

- Ela foi embora Luan. 

- Como assim embora? Ela ta louca? - Comecei a chorar.

- Eu não sei. 

Entrei novamente e me joguei no sofá. 

- Ela nunca vai me perdoar. 

Estava desesperado, zuava frio. 

- No apartamento! 

Peguei o carro, e mesmo passando mal, fui até lá, rezando pra dar certo. O porteiro, pela primeira vez, me barrou. 

- Seu Manuel, tudo bem? - Apertei sua mão. - A Carol ta aqui né? Vou subir. Abre pra mim por favor? 

- Desculpa Seu Luan, não posso.

- Que? 

- Carolina pediu pra não deixar o senhor subir. 

- Como assim? - Encostei na parede bufando e levando a mão no rosto. - Por favor, liga pra ela, pede pra deixar eu entrar.

- Eu não posso Seu Luan, ela disse que não queria ser encomodada. 

Desisti e agradeci ele. Peguei meu celular e fui pro carro. Liguei uma, duas, três vezes, e depois joguei o celular no banco e debrucei sobre o volante. Decidi que não ia ficar ali, fui pra chácara. La eu tinha paz, conseguia pensar melhor. Não pensei em nada, quando cheguei, me joguei e fiquei chorando na cama. Eu não podia perder Carolina e estava me sentindo imensamente culpado. Não sei quanto tempo se passou, só sei que me assustei com o toque do celular e peguei no criado mudo pensando ser ela, mas era me pai. 

- Luan? 

- Pai, eu sou um monstro. 

- Por que filho? Onde você está? Maria me ligou, ela precisa ir embora, disse que a Carol foi embora, e você saiu. Carol foi embora? Como assim? O que está acontecendo? 

- Eu falei coisas horríveis pra ela. - Voltei a chorar. - Ela voltou pro apartamento, o que eu vou fazer agora pai? Eu não quero ficar sem a Carol! 

- Calma. Onde você está?

- Na chácara. 

- Luan, eu vou pegar a Lilian, pra Maria poder ir embora. Já passou da hora dela. Depois a gente conversa. 

Ele desligou e eu fiquei lá pensando em tudo, principalmente nos meus sentimentos. Não era amor, era atração talvez. Eu queria ela, o beijo, não podia negar. Mas agora, ela nunca ia me desculpar, e talvez tinha perdido até sua amizade. Tinha sido injusto e mal agradecido. Eu não sabia o que tinha acontecido comigo quando vi eles conversando, com a Lili em seu colo. Voltei pra casa de noite e meu pai levou Lilian, ela dormiu na cama comigo e eu mal consegui pregar o olho, então acabei ligando algumas vezes na madrugada para Carolina.

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