Capitulo 16

Ele se foi mais um vez e eu fiquei. Os pais dele estavam viajando e eu tive que ficar com a Lilian. Passeamos muito, durante todo o fim de semana. Eu, ela e Bruna. Ela disse que íamos planejar a festa de Lilian, de um ano, e ela iria me ajudar. No domingo, fomos atras do buffet. Conseguimos um lugar legal, e marcamos. Faltava 4 meses, mas ele já estava quase cheio, tivemos sorte que a festa devia ser no meio de semana por causa da agenda de shows. Luan ligava todos os dias, dizia que sentia minha falta e de Lilian, falava um monte de coisas, se queixando de ficar longe. Na segunda, Luan chegaria por volta do meio da tarde, então liguei pra Dona Marizete depois do almoço. Ela toda empolgada disse que ele tinha ligado pra ela, um pouco antes, chamando eles pra vir jantar na nossa casa. Ele não tinha me dito, mas fingi que sabia. Fiquei feliz, geralmente quando era assim, ele me pedia pra ligar, mas hoje ele mesmo tinha o feito. Eu cozinhava bem, então me programei pra fazer algo legal. Fui comprar algumas coisas que ia precisar no mercado antes dele chegar. 

- Vamos comprar uma revista nova Lili? - Brinquei saindo do local. 

Me dirigi até a banca, peguei um exemplar de uma que gostava, mas uma coisa me chamou atenção. Duas meninas conversavam sobre o Luan, pediram uma revista de fofocas ao jornalista. Ela abriram ali mesmo procurando uma materia enquanto a outra pagava. Estava bem perto de mim e pude ver quando ela disse ter achado, uma foto do Luan com uma garota. 

- Licença, eu vou levar uma dessa também. - Disse e peguei, já pagando e saindo com Lilian dali.

As meninas começaram a me olhar e então chamaram, vindo atras. 

- Carol? 

- Oi. - Parei quando vi que não tinha jeito. 

Conversei um pouco com elas, que paparicavam Lilian no meu colo. Fomos logo pra casa, mas minha cabeça estava na matéria. Eu não tinha nada com Luan, mas me amava ele e me sentia mal vendo aquilo. Cheguei rapido, colocando Lili na cama, ela dormiu no caminho. Peguei a revista e sentei na sala, olhando. Luan tinha saído sábado, e ficado com a garota, numa balada famosa de Belo Horizonte. Deixei lagrimas caírem e respirei mais fundo quando ouvi a porta abrir. 

- Carol, cheguei! - Ele sorriu pra mim vindo em minha direção.

Fechei a revista e limpei minha lagrimas.

- Você ta chorando? 

- Não. Como foi de viagem? 

- O que aconteceu? É claro que você ta chorando. 

- Fiquei feliz por ter ligado pra sua mãe, chamado ela pra jantar. 

- Faz um tempo que não vejo eles, estou com saudade. - Ele me abraçou, jogando a mochila num canto do sofá. 

- E a Lilian? 

- Está bem. 

- Desculpa não ter avisado do jantar. 

- Não tem problema. - Soltei ele e fui andando até a cozinha. Mas quando voltei ele estava com a revista aberta na pagina da matéria dele. 

- É por isso que você estava chorando? - Parei olhando pra ele. - Tenho percebido coisas estranhas esses dias, senta aqui, vamos conversar. 

- Não tem nada haver, isso é besteira. Não estava chorando, já te disse. - Peguei a revista dele me afastando, mas ele me puxou pelo braço. 

- Quer me enganar Carolina? 

- Não quero enganar ninguém. 

- Quer. Prefere ficar calada, sofrendo, do que conversar, se abrir comigo. Vamos conversar, o que ta acontecendo?

- Eu não quero me abrir. 

- Você nunca me deixou de contar nada, por que o problema agora? Somos amigos. 

- Por que você é o problema. 

Puxei meu braço e sai, me trancando no quarto. Me joguei na cama chorando. E alguns segundo depois ele bateu na porta. 

- Abri ai pra mim. 

- Não quero falar com você, é difícil entender? 

- Por que ta tão dificil a convivência entre a gente? 

- Luan, me deixa em paz. 

Eu ia me declarar pra ele pra que? Pra ouvir que nunca vamos ter nada?

- Tudo bem, eu deixo. Mas eu não vou voltar pra te chamar. Vou ligar pros meus pais, cancelar o jantar. 

Eu não podia deixar ele fazer aquilo, então limpei meu rosto, levantei e abri a porta. 

- Não precisa. 

- Se você vai ficar trancada ai é melhor. 

- Eu não vou ficar. Vou preparar o peixe pra depois assar mais tarde. 

Passei por ele, mas ele me puxou e então me abraçou, sorrindo. 

- Eu não sei o que te fiz, mas me desculpa, eu te amo.

Eu não esperava, mas ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um selinho, depois saiu correndo e entrou no seu quarto, fechando a porta. Encostei na porta com a mãos sobre meus lábios, confusa. Então, respirei fundo, andei em direção ao seu quarto e abri a porta, ele estava de costas, tirando o tênis, virou  assustado pra mim e quando cheguei na sua frente, eu colei nossos lábios, de forma intensa, segurando seu rosto. Em questão de segundos nossos lábios se abriram, e ele me puxou pela cintura, enquanto nossas bocas se uniam de forma profunda, harmônica, intensa e principalmente, com vontade daquilo, com desejo. E pelo menos da minha parte, o mais puro sentimento. 

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