Capitulo 13

7 meses depois...

Acordei de madrugada com barulhos na casa. Tinha um sono muito leve. Olhei a hora, quase 04:00. Luan não estava em casa, era uma quarta-feira, ele tinha saído com amigos. Levantei devagar, torcendo pra ser ele. Respirei fundo, me preparando pra me defender, mas assim que pisei na escada achei Luan na sala. Desci mais rápido. 

- Nossa, você demorou! - Disse. 

- Demorei nada muié! - Sua voz estava alterada, ele tinha bebido. 

- Você ta bem? - Cheguei perto dele. 

Ele foi levantar do sofá e quase caiu. Segurei ele. - Você bebeu hein? 

Eu não gostava nada quando ele bebia, por isso, toda vez que a gente saia juntos, combinávamos que não ia ser assim. 

- Ah, não vem com essa historia de não beber! - Ele falava alto. 

- Eu não disse nada. 

- Mas pensou!

- Pensei! Fala baixo!

- Não vou falar não! - Ele aumentou a voz.

- Sua filha está dormindo! 

- Carolina, se você acha que só por que moramos junto vai mandar em mim, pode parar! - Ele puxou seu braço e se afastou. - Você não manda em mim, NÃO TEM NADA COM A MINHA VIDA. 

Aquilo me magoou de forma profunda. 

- Luan, eu não me meti na sua vida. Só fiz um comentário. 

- FAÇA SEU COMENTÁRIO LONGE DAQUI! 

- Você bebeu demais, vem aqui que eu vou te ajudar, vou te por pra dormir. 

- Eu não quero, não rela a mão em mim! - Ele se afastou quando me aproximei. - Você acha que é a Duda, que pode ficar me dizendo o que fazer, não pode! 

Dizendo isso, Luan foi pro quarto. Encostei numa parede e fiquei ali chorando. O que ele falou me afetou e me magoou. Não deu um minuto e a porta se abriu, Sorocaba entrou. 

- Carol? 

- Oi. - Enxuguei minhas lagrimas e ele veio até mim. 

- O Luan te acordou? Desculpa, eu ia trazer ele aqui pra cima, mas eu fui estacionar e ele fugiu. - Ele me deu um beijo no rosto.

- Fica tranquilo, Luan não é criança. 

- O que aconteceu? Por que você ta chorando? 

- Não foi nada. - Sorri falso. 

- Ele brigou com você não foi? - Ele me abraçou e eu deixei minhas lágrimas caírem. 

- Passou. 

- Não, Luan é um idiota. Não liga Carol, se ele te falou algo, não foi do coração. 

- Não, ta tudo bem. 

- Não fica triste. Eu vou lá ver ele. - Ele saiu me dando um beijo na bochecha. 

Me sentei e esperei ele sair pra fechar a porta. Não deu muito, escutei eles conversando e depois ele voltou. 

- Ele ta dormindo já. 

- Obrigado. - Sorri. 

- Que isso, eu não devia ter deixado ele beber assim, por sua causa mesmo, por que Luan não é criança. 

- Não tem problema nenhum, a culpa não foi sua! De forma alguma. 

- Não fica triste viu? 

- Eu não vou ficar! - Sorri.

Ele me deu um abraço e saiu. Eu passei no quarto, Luan dormia. Encostei na parede, queria sentir raiva, mas só sentia tristeza. Cobri ele e fui pro meu quarto. Demorei pra dormir, ele gritando comigo não saia da minha cabeça. No outro dia acordei era 10 horas com a Maria chegando, mas voltei a dormir, resultado de uma má noite de sono. Acordei quase duas horas depois, Maria estava com Lili e eu arrumei almoço pra gente. Brincamos com Lili um pouco e quando estava colocando a comida na mesa, Luan apareceu na sala. Estava muito magoada com ele. Ele caminhou até a gente, deu um beijo em Lili e sentou na mesa, apoiando a cabeça na mão. Apesar de tudo, eu me preocupava. Andei até a sala e peguei o remédio que tinha deixado na estante, destaquei e voltei pra sala de jantar.

- Está com dor de cabeça não é? 

- Você não tem noção.

- Tenho sim, to. 

Coloquei o remédio na mesa e peguei um copo de água. Ele agradeceu e tomou. Comemos em silencio e depois ele voltou pro quarto. Ia passear com Maria e Lilian a tarde, mas acabei ficando, estava com cólica. 

- Você ta bem? - Luan entrou no quarto.

- Se importa? - Fui grossa. 

Estava com dor, e depois da palhaçada de ontem, não estava nem querendo olhar na cara dele mais, achei que fosse pedir desculpas, mas não tinha feito nem isso. Talvez ele tivesse certo. 

- Eu... - Ele sentou na cama, de costa pra mim. - Falei com o Sorocaba agora. Ele me contou que ontem a gente brigou. 

- Ah é? Que bom.

- O que eu te disse? - Ele virou pra mim e pegou meu rosto com a sua mão. 

- Você não lembra? - Ri. 

- Você sabe que não. 

- Eu também não. 

- Para com isso, to aqui querendo conversar.

- Esquece o que aconteceu ta bem?

- Não, o que eu te disse?

- Não importa. Ta tudo bem.

- Desculpa. - Ele se deitou sobre meu corpo, me abraçando. 

- Ta tudo bem, esquece isso. 

Resolvi deixar pra lá, não ia ficar esquentando a cabeça com isso.

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