Capitulo 18

- Luan? - Olhei pra ele. - O que faz aqui? 

- Atrapalho? 

- Não, de forma alguma. Tudo bem? - Claudio estendeu a mão pra ele. 

- Luan, lembra do Claudio? - Sorri. 

- Lembro. - Ele apertou a mão. - Tudo bem? 

- Tudo, sua filha é linda. - Ele sorriu pra Luan.

- É, ela é. Carolina, vamos por favor? Vem com o papai filha. - Ele pegou a Lilian do colo de Claudio. - Tchau parceiro. 

Dizendo isso, saiu com Lilian no colo e vi ele entrando dentro do carro dele e me esperando. Tinha ido a pé com as meninas. Fiz sinal pra Maria ir pro carro com eles. 

- Claudio, eu vou indo, me desculpa pelo Luan, ele não deve ter acordado bem hoje. - Me levantei. 

- Não tem problema. Não queria causar problemas. 

- Não, não tem problema nenhum. Me desculpa mesmo, preciso ir. 

Me despedi dele com um beijo no rosto e sai, entrando no carro, no banco do passageiro. 

- Que grosseria Luan... 

- Grosseria? - Ele foi ríspido. - Eu não sabia que minha filha ia no colo de qualquer pessoa. 

- Ele é nosso amigo. 

- Meu não é Carolina! 

- Vai brigar por isso mesmo? 

- Vou! Mas em casa, a Maria não merece ouvir. 

- Isso mesmo, ela também não merecia presenciar sua grosseria! - Levantei um pouco minha voz, mas assustou Lilian, que começou a chorar na cadeirinha. 

Maria pegou ela e eu e Luan ficamos em silencio até chegar em casa. Fui preparar o café da manhã na mesa e Luan veio atras. 

- Carolina, eu não quero minha filha no colo de ninguém! 

- Luan, era meu amigo, estudou com a gente, para com isso. 

- Ela é minha filha e eu não quero. 

- Por que tudo isso. 

- Você saiu pra ir na padaria, eu resolvo ir atras pra falar pra você comprar doce pra mim, por que celular não existe não é? MAS EU CHEGO LÁ E MINHA FILHA, ESTÁ NO COLO DE UM CARA! QUER QUE ME SINTA COMO?

- Para de gritar!

- NÃO PARO! 

- PARA SIM, NÃO SOU SUAS FICANTES NÃO! 

- É CLARO QUE NÃO! ELAS SÃO MELHORES QUE VOCÊ! - Parei olhando pra ele, sem reação. - ENTENDE UMA COISA, VOCÊ NÃO É MÃE DA LILIAN PRA DECIDIR O QUE EU QUERO FAZER COM A MINHA FILHA! 

Diante daquilo, senti meu coração despedaçar. Eu conseguia acreditar em tal palavras e quando vi, uma lagrima escoria pelo lado direito do meu rosto. Luan se virou, colocando a mão na cabeça, pegou a chave do carro e saiu batendo a porta. Não posso nem contar o tempo que fiquei degerindo as palavras dele. Quando vi, enxuguei minhas lagrimas e corri pro meu quarto, puxando uma mala e abrindo o guarda roupa. Joguei dentro dela o principal. Mas então, decidi que não voltaria ali, então peguei outra mala a algumas mochilas, coloquei tudo que era meu nelas. Abri o porta mala do meu quarto, e chorando, levei tudo pra lá. Fui até o quarto de Lilian, onde Maria estava com ela. 

- Maria, tem um café da manhã na mesa, vai lá comer, eu quero ficar um pouco sozinha com a Lilian, por favor.

Ela saiu e eu peguei a pequena que sorria pra mim. Fiquei ninando ela, por quase dez minutos.

- A Carol te ama muito ta? Eu vou vir te ver, eu prometo. - Chorava ainda mais. - Eu vou sentir muito a sua falta meu amor. Mas acho que não ta mais dando certo, seu pai tem razão, eu não sou sua mãe, mas eu tentei cuidar de você, eu tentei diminuir a falta que ela te faz. 

Conversei muito com ela, por um bom tempo. Abracei ela, e apertava tanto que quase amaçava. Depois, levei ela até Maria e me despedi dela. 

- Você vai embora? 

- Vou Maria, não dá mais. Eu não posso ficar aqui sabendo que talvez não faço bem pro Luan. Ele pensa que estou invadindo, me entrometendo. Eu não posso mais ficar aqui. 

Conversei com ela, então abracei de novo as duas, e fui embora com o coração na mão e lagrimas nos olhos. 

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