Capitulo 56

- Lili, a Carol ta aqui! - Dona Marizete sorriu pra mim. 

Eu estava na casa do Luan no domingo pra contar pra Lilian sobre o emprego em São Paulo. 

- Mamãe! - Ela veio correndo da área de lazer. 

- Minha pequena! - Peguei ela no colo e apertei muito. 

- Veio brincar mamãe?

- Não meu amor, hoje não. Eu vim conversar com você.

- O que foi? - Ela passou a mão pelos cabelos.

- Filha, senta aqui. - Sentei ela no meu colo. - Lili, você sabe que eu tiro fotos não é?

- Fotos lindas! - Ela sorriu.

- Bondade sua! - Ri do seu jeito. - Então, a mamãe conseguiu um trabalho num lugar muito legal! 

- O estúdio? 

- Não meu amor. É uma revista. Sabe daquelas que a tia Bru lê? - Ela afirmou. - Então, vou tirar fotos lindas pra eles. 

- Que legal mamãe! E vai aparecer naquele papel?

- Vai sim meu amor. Mas, é um pouco longe daqui. 

- Longe? - Ela ficou confusa. 

- Sabe onde a tia Bru mora? É lá meu amor. 

- É longe mamãe. 

- Então, eu vou demorar um pouco pra vir te ver. - Já estava deixando as lagrimas caírem. 

- Que nem o papai? - Ele fez cara triste. 

- Não, quase igual ao papai, mas eu vou vir mais. Sabe todo fim de semana, sábado e domingo? 

- Quando o papai viaja?

- Isso. Eu prometo que venho te ver. 

- Vai demorar mamãe. - Ela fez cara de choro. 

- Não, não vai não! Não faz isso com a Carol, não chora. 

- Eu não quero que você vá. 

- Meu amor, eu também não quero te deixar. Por mim, você ia junto comigo. - Sorri. 

- Deixa eu ir? - Ela começou a chorar. 

- Não Lili, você tem o papai e eu não posso. Eu vou trabalhar muitão! Eu prometo que venho.

- O papai também sempre promete. - Ela começou a chorar e eu já estava com o rosto todo molhado.

Eu nem sabia o que responder. Realmente Luan sempre prometia que vinha, que ia e que fazia mas no final nunca dava. Lilian com toda a certeza, sempre foi a que mais sofreu com a vida dele, e agora, com o fim do nosso relacionamento. 

- Minha pequena, não vou te deixar. Eu venho. E sobre o papai, a gente sempre conversou sobre isso. Você não gosta de ver ele cantando?

- Gosto. - Ela limpava os olhinhos. 

- Então meu amor, papai ia ficar triste de te ver falando assim. 

- Desculpa. 

- Não precisa pedir desculpas Lili, só não quero que fiquei triste. Sabe que o seu pai falava? - Ela negou. - Ele dizia, que o bom de ficar longe é que dá muita saudade e você ama mais e mais! - Ri apertando seu nariz e secando minhas próprias lagrimas. 

- Eu te amo mamãe. 

- Eu também te amo meu amor. - Abracei ela forte. - Olha, eu trouxe um presente pra você. 

- Presente? O que é?

- Surpresa! - Abri minha bolsa e peguei a caixinha. - Olha, é pra você não se esquecer de mim em nenhum dia da sua vida, ta bom? 

Abri a caixinha e tirei uma correntinha de ouro, bem delicada, com um anjinho bem delicado e pequeno no pingente. 

- O que é? - Ela pegou ele na mão.

- É um anjo. Da oração que te ensinei, lembra?

- Do anjinho da guarda? 

- Isso, você reza antes de dormir né?

- A vovó reza comigo. 

- Isso mesmo. - Sorri. - Gostou? 

- É lindo. Obrigado mamãe. 

- Não foi nada pequena. Vira pra mim colocar em você. Vai ficar mais bonita hein?

Ela se virou e eu coloquei. Ela ficou se achando e foi mostrar pra avó. Fiquei ainda um pouco com elas e depois tive que ir. Fui direto pro aeroporto e encontrei Van lá. Decolei com o coração apertado de deixar minha menina pra trás, mas com a certeza que seria vida nova. 

Duas semanas depois... 

Estava encantada com São Paulo, com a vida nova. Logo eu e Van fizemos amigos na revista e acabamos nos dando bem um um grupo de fotógrafos de lá, já que trabalhávamos o tempo todo juntos. Eramos as únicas mulheres. Como prometido voltei a Londrina no fim de semana pra ver Lilian e foi muito especial. Me sentia mais ligada a ela que nunca. Já tinha achado um apartamento perto da empresa e num lugar muito bom da cidade. Ainda estava ajeitando, mas evoluía rápido. Era quinta da outra semana, marcamos uma baladinha com os meninos, segundo eles era boas vindas. A semana havia sido agitada, muitas eventos pra cobrir e projeto fotográficos, então achei que merecíamos. Combinamos de ir no carro de um deles, que não estava bebendo por conta de medicamentos e seria o motorista da vez. Dois meninos iriam encontrar a gente lá e eu e Van íamos com dois deles. Havia um show sertanejo e não pensamos duas vezes em baixar na boate. 

Narrado por Luan. 

Era quinta, estava em São Paulo e os caras decidiram sair e me chamaram. Eu fui, já que Malu não estava na cidade. Desde que havia terminado meu relacionamento com a Carol, sempre que ia até São Paulo e tinha um tempo livre, nos víamos, ficávamos, mas ai da não era namoro. Estava tentando ir o mais devagar possível. Fui até o bar pegar uma bebida pra mim junto com o Rober, quando vi passar uma menina muito gostosa. O ambiente estava escuro, não conseguia ver bem, mas que era linda era.

- Nossa hein? - Disse pro Rober. - Aqui ta muito bem movimentado. 

- Cadê o apaixonado que nem queria vir? - Dei um gole na bebida. 

- Não to namorando cara, to solteiro! - Ri. - Cadê ela? - Procurei. 

- Luan, não é aquela? - Rober apontou uma direção.

A menina estava numa roda de homens e outra garota.

- Essa mesmo. Acho que vou lá! - Pisquei pra ele e dei dois passos olhando pra ela, mas ela se virou e eu levei um susto. 

- Meu Deus do céu! - Voltei pro lado do Rober.

- Que foi?

- É a Carolina. - Virei de costas pra que ela não me visse. 

- A sua Carolina?

- É cara, olha direito! 

Ele ficou o olhar e depois virou, ficando do meu lado. 

- É ela mesmo. 

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