Capitulo 48

O caminho até São Paulo foi com um clima agradável entre nós dois. Ela estava dengosa e eu tive que dar muita atenção. Quando chegamos na casa do Fernando, onde seria a festa, a esposa dele nos recebeu. 

- Carol, quanto tempo! É bom te ver. 

Carol sempre foi muito querida por todos meus amigos. Puxei ela, apresentei pra algumas pessoas que ela ainda não conhecia e então avistei Malu. Ela me olhou e sorriu. Carol conversava com a esposa de um parceiro quando pedi licença e chamei ela. 

- Vem, vou te apresentar uma amiga. 

- Amiga? - Ela ergueu a sobrancelha. 

- É ué! 

- Ta bom. - Vi pelo seu sorriso que tinha pensamentos ocultos. 

Caminhamos de mãos dadas até a Malu, que estava sentada num banco mexendo no celular. 

- Isolada? 

- Oi Luan! - Ela se levantou e me cumprimentou com um abraço e um beijo. 

- Tudo bem?

- Sim e você?

- Também. Malu, essa é a minha namorada, a Carol. Amor, essa é a Malu, uma amiga daqui. - Sorri. 

- Prazer. - Carol deu um beijo nela tímida. 

- Prazer é todo meu Carol. Luan fala muito de você.

- Bem espero. - Rimos.

Chamaram a Carol e ela pediu licença.

- Ela é mais bonita pessoalmente. - Malu disse. - Você tem bom gosto. 

- Eu sei disso. - Ri. 

- Não vou te causar problemas não é?

- De forma alguma Mazinha, Carol é muito tranquila. 

Fiquei com ela conversando um pouco depois voltei pra mesa em que Carol estava. Ficamos abraçados, se beijamos, bem a vontade. Olhei pra trás e Malu estava sentada no mesmo lugar, olhando pra nós. Quando me viu olhando, levantou e entrou pra dentro. Ela estava estranha demais. Levantei dizendo que ia no banheiro e comecei a procura-la. Encontrei ela saindo do banheiro, distraída. 

- O que ta acontecendo? - Perguntei de repente. 

Ela levou um susto e se desequilibrou. Segurei ela e puxei, acabamos próximos demais. Nos olhamos por algum tempo, olho a olho. 

- Luan... - Ela desviou o olhar, saindo do transe.

Soltei assustado. 

- Por que você ta assim? - Fingi que nada aconteceu.

Olhei pra ela. Parecia agora uma garota indefesa, não aquela mulher decidida. 

- Assim como? 

- Quieta demais. 

- Só estou com sono. Vai cuidar da sua mulher vai.

Ela saiu rebolando e não pude deixar de olhar no seu corpo. Ela era gostosa demais. Balancei a cabeça e voltei pra minha mesa, encontrando uma pista lotada e Malu nela, bebendo e dançando, como ela realmente parecia. Carol foi chamada também pra lá e acabei sozinho com os parceiros lá, mas minha atenção toda foi pra Malu dançando e logo mais se agarrando com um cara que nem sabia quem era. Eles ficaram e então sintia que aquilo estava errado. Eu queria estar no lugar dele. Mas ao mesmo tempo não, e toda a confusão da tarde voltou a minha mente. 

- Eu vou chamar a Carol pra ir embora. - Levantei. 

Chamei ela que questionou, mas bati o pé e disse que ainda estava me sentindo um pouco mal da "gripe". Logo me despedi de todos, menos de Maria Luiza e fui até a porta com o Sorocaba, esperando a Carolina.

- O que foi? - Ele me olhou. 

- Nada, por que?

- Eu vi você olhando pra Malu, isso ta ficando perigoso. 

- Eu olhando? Ta doido? - Fiquei nervoso.

- Luan, não sou burro. Vocês tão amiguinhos demais, você ficou com ciúmes, vai se apaixonar Luan! Cuidado. 

- Você pirou. 

- Pior, acho que já se apaixo...

- Sorocaba, para! - Disse firme. - Eu amo a Carolina. Tenho namorada, uma filha, vou me apaixonar assim do nada? Namorada não, vou pedir ela em casamento. 

- Não se precipita. 

- Não é se precipitar. - Disse inconformado, mas ao mesmo tempo muito incomodado com aquela historia. 

- Vamos? - Ela apareceu sorrindo. - Foi um prazer te ver Sorocaba. 

- Pra mim também Carol. - Eles se despediram com um beijo e eu aproveitei pra respirar. 

- Tchau cara. - Ele estendeu a mão e eu toquei. 

- Tchau, a gente se vê. 

- Beleza. Pensa no que eu te disse. 

- Pode deixar. 

Saímos e fomos pro hotel. Acabamos nem conversando direito, ela dormiu logo, tinha tido um dia cansativo. E eu fiquei perdido em pensamentos. 

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