Capitulo 50

Voltei pra casa dos meus pais pra pegar as meninas, e me despedi deles ali. Voltamos pra casa, Carol e Lilian conversavam, brincavam e riam no caminho. 

- Luan, você sabe que a gente tem uma filhinha muito chatinha não sabe amor? - Ela estava virada pra trás, fazendo cócegas em Lili.

- A Lilian, aquela chata? 

- Essa mesmo. 

- Ela é muito chata Carol, como você aguenta ela? 

- Papai! - Levei um tapão nas costas. 

- Ai louca! - Rimos. 

Chegamos em um clima agradável e acabei tendo que ir logo tomar banho pra me trocar. Fiquei com elas na sala, Lilian no meu colo e Carol do lado. Quando Rober chegou, me despedi delas e fui embora. Na viagem toda tratei de colocar as cabeça no lugar. Estava preparado pra ter uma conversa franca com a Malu, mas ela também não me procurou. Quando voltei no domingo pela madrugada, encontrei todos já dormindo. Eu estava me preparando pra pedir Carol em casamento na terça. Ia com ela em São Paulo, num restaurante no topo de um prédio muito alto e bonito. Mas nada saiu como meu planejado. Na segunda, saímos a noite. Eu, ela e Lilian. Fomos num restaurante, depois levei elas até o shopping e nos divertimos muito. Lilian se cansou demais, e acabou dormindo na volta pra casa. Eu e Carol ainda assistimos um filme juntinhos. 

- Você é a minha vida Luan. - Ela disse abraçando e apoiando a cabeça no meu colo. 

- Você que é minha princesa. 

- Eu pensei que, no começo, as coisas não decem certo pra gente. Mas, vai fazer dois anos, e a gente se dá tão bem.

- Você... Ainda tinha duvidas meu amor?

- Acho que só demos certo por que começamos devagarinho. 

- Isso, devagarinho. 

- Eu amo você. 

- Eu que amo você.

Naquela noite acabamos nos amando com paixão. Aqueles momentos com a Carol, costumavam ser mágicos. Mas ali, eu estava com a cabeça na outra, e acabei fazendo uma coisa que eu nunca devia ter feito. Depois do nosso momento, ela deitou a cabeça sobre meu peito e ficou quieta. Acariciava de leve seu cabelo e senti seu rosto um pouco molhado. 

- O que foi princesa? - Acariciei seu rosto.

- Luan... - Ele levantou o corpo e sentou me olhando. 

- O que foi? Por que ta chorando? - Passei a mão em seu cabelo. 

- Você me traiu?

- Que? - Me surpreendi com a pergunta.

- Você me traiu Luan? Seja sincero! 

- Não, por que ta dizendo isso? 

- Por que você me chamou de Malu. Você estava comigo agora, pensando em outra! - Ela me olhava chorando. 

Respirei fundo e joguei a cabeça no travesseiro, tampando o rosto com as mãos. Como assim eu tinha trocado nomes? Isso só podia ser uma brincadeira de muito mal gosto. Afinal, o que eu falaria pra ela?

- Você deve ter ouvido errado! 

- Não Luan, eu ouvi bem. 

- Eu... - Parei e bufei. - Eu vou dormir na sala. - Levantei colocando minha cueca e a bermuda.

- Luan, você não me respondeu. 

- Amanhã a gente conversa por favor, eu só quero ficar sozinho.

Sai do quarto e bati a porta. Sentei no sofá e comecei a chorar. 

- O que eu fiz com a gente? Não adianta mais. Eu to apaixonado por ela!

Passei a noite em claro, tentando uma saída, passando a conversa que teria com Carolina na minha cabeça. Eu não queria magoa-la, tinha certo cuidado com ela pra não ferir seus sentimentos, afinal, ela sempre esteve comigo e eu, de certa forma, sempre amei ela e ainda tinha algo dentro de mim. De madrugada, acabei fingindo que dormia quando ouvi Carol sair do quarto. Ela olhou, depois voltou ao quarto e me surpreendi sentindo ela jogar uma coberta sobre mim e acerta-la. Quando ela fechou a porta, me senti imensamente mal. A culpa por ter me apaixonada por outra me corroeu. Fui vencido pelo cansaço era mais ou menos 05:00. Mas logo começou a clarear e a luz encomodou meus olhos. Me cobri até a cabeça e consegui dormir mais. Quando despertei era quase meio dia. Lilian brincava quietinha sentanda ali. 

- Papai, acordou?! - Ela veio correndo e me abraçou. 

Apertei ela forte. 

- Acordei minha princesa. 

- Por que dormiu aqui papai? 

- Tinha formigas na cama do papai. - Ri. 

- Tira elas! 

- Vou tirar filha. 

- Lilian, vamos com... Bom dia. - Carolina parou me olhando. 

- Bom dia. 

- Vem comer... 

- Vamos filha? - Peguei ela no colo. Comemos escutando ela falar e respondendo ela com uma ou duas palavras. Depois do almoço ajudei ela em silencio enquanto Lilian brincava na sala. 

- A gente precisa conversar. - Tomei coragem. - Apoiei os braços na mesa. 

- E a Lilian? 

- Ela vai ficar bem brincando lá no quarto. 

Segui pra sala e olhei pra ela. 

- Filha, vai lá pro quarto pro papai falar com a mamãe vai? Mais tarde a tia Bruna vai te levar pra passear.

- Ta bom papai. - Ela pegou a boneca e foi pro quarto.

Carolina veio até a sala e me olhou com os olhos marejados já. 

- Não chora por favor. - Eu sabia que não teria coragem de dizer de ela chorasse.

- Luan, o que ta acontecendo? Eu só estou tentando entender.

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