Capitulo 81

Capitulo dedicado a Ana Julia Furquim!

Respirei fundo caminhando devagar até o jardim e procurei Fernando. Ele sentou em um banco e apoiou as mãos no joelho.

- Fer... - Coloquei as mãos sobre seu ombro e me aproximei para sentar ao seu lado.

- Carol, eu to com muita raiva. É melhor você entrar, não quero brigar com você. Meu problema é com ele. 

- Fernando... 

- Carolina, manda ele vir aqui.

- Fernando, por favor, é aniversario da Lilian e...

- Você não confia em mim? - Ele se levantou e pegou meu rosto entre as mãos. - Acha que eu vou estragar o aniversario da sua filha? 

- Não, mas...

- Eu vou conversar com ele, apenas. Temos que acertar algumas coisas e hoje foi a gota pra mim. Fica tranquila, tudo bem? - Ele me deu um selinho e me virei, nervosa, em direção ao salão. 

Ao entrar, procurei Luan com os olhos, de lado em lado e não encontrei. Senti uma mão puxar meu braço. 

- Hey...

- Ai que susto! - Pulei. 

Era Luan bem atras de mim.

- Cadê ele? Ele percebeu?

- Claro né? - Bati em seu braço. - Ele ta no jardim, quer falar com você. 

- Tudo bem, eu vou lá.

- Me deixa ir também, por favor? - Eu puxei seu braço.

- Claro que não. - Ele soltou minha mão do seu braço e me deu um beijo na testa. - Já passou da hora de termos uma conversa de homem pra homem, e você não está incluída nela.

- Não briga com ele... - Disse angustiada e ele riu, já dando as costas.

- Fica tranquila, não vou te deixar viúva. Se bem que era uma excelente ideia.

- Luan!

Ele gargalhou e não respondeu mais. Vi se aproximar de longe e então eles saíram do meu campo de visão e fui procurar algo com o que pudesse me distrair. Talvez Lilian. E foi pra ela que corri.

Narrado por Luan.

Caminhei tranquilo até a sombra de Fernando de costas pra mim e parei bem em frente. Quando ele me viu, levantou o olhar e depois ficou de pé. 

- A Carolina disse que queria falar comigo...

- Eu quero. 

- Pode dizer cara.

- Luan, eu não te quero mais perto da minha esposa.

Ergui a sobrancelha pra ele.

- É? Desculpa, mas somos amigos.

- Você pensa que sou o que? Idiota? 

- Cara, eu não quero brigar.

- Eu quero que você e sua musica vão se danar!

- Desculpa, mas eu não vou me afastar até ela pedir isso, eu amo ela. 

Ele ergueu a mão pra me dar um soco, mas eu tenho bom reflexo e me defendi. 

- Como ousa dizer isso?

- Não está escrito em nenhum lugar que um casamento manda no meu coração cara. Você não tem esse direito. 

- E quer saber? Você não tem o direito de chegar do nada e acabar com tudo só por que levou um golpe. Você não tem direito de voltar depois de meses e achar que está tudo bem. Você não direito, não tem. Você deixou ela, ta lembrado? Abandonou, jogou no lixo, como se joga um objeto quebrado, ainda dizendo que estava apaixonado por outra... Você não tem direito de achar que tem alguma influencia sobre ela, não mesmo. Carolina pode ser tonta, mas eu não sou. Eu apoiei essa aproximação, por que achei que fosse ficar no seu canto. A partir de hoje, eu não apoio mais.

- Diga o que quiser, pode falar. Eu sei de tudo isso. - Nós dois falávamos alto. - Temos uma filha, e só isso já mostra que não tem como nos afastar. 

- Você vem e me diz que ainda ama ela e acha que eu vou deixar assim?

- Que foi? Não confia no seu taco Fernando? - Disse debochando. - Eu respeitei o casamento de vocês. Que culpa tenho que é sem graça? Que culpa eu tenho se não é com você que ela queria estar casada? 

Ele me atingiu com um soco na boca, mas eu sabia me defender. Não retribui, mas consegui evitar um machucado maior no meu rosto. Precisava dele. Segurei seus braços e então continuei. 

- Que culpa eu tenho se ela ama a mim e não a você? Me diz!

- Luan, o que é isso? - A voz do meu pai ficava cada vez mais perto mais perto, mas não soltei Fernando, continuei encarrando. 

- Nosso amor é mais forte Fernando. - Disse baixo e um braço forte me segurou, me fazendo soltar Fernando. 

Meu pai começou a nos questionar e o namorada da Bruna entrou no meio. 

- Já chega, parecem crianças... Estamos numa festa meu...

- Seu filho Seu Amarildo, dá em cima de mulher casada.

- Chega! Cada um pro seu canto... Vamos Luan... - Eu ainda olhava com um olhar de raio lazer. 

Dei um sorriso irônico e sai andando enquanto eles ficaram ali. 

- É guerra? Então eu entro pra vencer! 

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