Capitulo 76

Dedicado a Danielly Lima!

Naquela noite torturante e ao mesmo tempo encantadora, sai da casa dela apressado, chorando. Carolina pedia desculpas, mas a única coisa que consegui fazer depois que me vesti foi puxar a mulher desesperada que estava em minha frente e abraça-la forte. Abracei ela como nunca havia feito com ninguém. Depois, limpei suas lagrimas e então lhe dei um beijo calmo e apaixonante. Peguei minhas coisas e dei um selinho nela. 

- Por favor, me desculpa? 

- Carol, eu não preciso te desculpar. Só está difícil entender como depois da noite que tivemos, vou você fazer essa loucura. 

- Me entendi. 

- Eu entendo. Mas não posso concordar. - Eu fui seguindo em direção a porta e ela me puxou. Me abraçou forte. - Você ainda tem tempo meu amor. Até a hora do sim, você tem tempo.

- Luan... 

- Eu fiz o que eu podia. Agora é com você. Sabe onde me encontrar. 

Já tinha ligado pro moço da noite anterior e ele já estava vindo me buscar. Deixei seu apartamento chorando, e chorei mais ainda quando cheguei lá em baixo. Ela não sabia o que estava fazendo, não mesmo. O taxi logo parou bem em frente ao prédio e eu sai correndo. Entrei e pedi pra ele me levar ao hotel. Quando cheguei, já era quase manhã e eu tomei café no restaurante mesmo. E então subi pro quarto e depois de chorar e pensar muito em tudo, eu adormeci, vencido pela minha consciência que insistia que eu estava cansado. Acordei tarde e parecia que alguém havia pisado na minha cabeça. Tomei remédio e pedi uma comida pra mim. Bateram na porta enquanto eu comia. Abri, era meu pai e o namorado da Bruna. Eles se sentaram na mesa me vendo comer e meu pai disse que as meninas todas já haviam saído. 

- Tem certeza que não vai? 

- Absoluta. - Disse olhando pro meu prato. 

- Você devia ir, ela é sua amiga desde criança. Como uma irmã.

- Não pai. - Larguei os talheres em cima do prato impaciente. - Ela não é minha amiga, e muito mesmo como irmã. Eu amo ela, pronto. Ta bem na cara isso. E eu não quero ver ela se casar, não posso apoiar isso! - Disse quase chorando. - Pra mim chega. - Voltei a comer, mas agora ela não descia mais tão bem.

- Luan... 

- Não me pede pra fazer algo, eu já fiz e só me ferrei. Por que agora eu não quero mais ela por uma noite, e o que eu faço?

- Como assim Luan? - Me pai falou aumentando o tom. 

- Passamos a noite juntos ontem. 

- Luan! Ela vai casar, cuidado. 

- Pai, me deixa comer sossegado, por favor. 

- Vamos dar uma volta. Quer ir? - O namorado da Bru perguntou. 

- Vai lá cara, eu não sou boa companhia hoje. 

- Vamos. - Meu pai levantou e saíram enquanto eu continuei comendo.

- Ta errado isso, ta errado. - Joguei os talheres e debrucei os cotovelos na mesa, passando a mão pelo meu rosto. 

Narrado por Carolina. 

Respirei fundo me olhando no espelho. Eu sabia o que tinha que fazer. A noite com Luan tinha sido maravilhosa, eu amava ele, mas não podia viver só de amor. Ele tinha me feito sofrer muito, e eu tinha medo de entregar a ele meu coração novamente. Respirei fundo antes de baterem na porta. Seu Amarildo entrou e sorriu pra mim. 

- Você está maravilhosa Carol. - Sorri. 

- Obrigado. 

- Podemos ir? 

Respirei fundo. 

- Sim. 

Ele

Me deu a mão e caminhamos até o carro que me levaria até o local. Era fim de semana, o transito em São Paulo era melhor que o normal. Seguimos um carro até o salão. Não casaríamos na igreja, só no civil. Olhava pra janela e respirava firme, nervosa. Logo o carro parou em frente ao salão e estava prontos pra a minha entrada. Antes de sair do carro, respirei fundo e hesitei. 

- Carol, você não tem certeza. - O pai dele pegou em minha mão. 

Entrei, fechei a porta e respirei fundo. 

- Calma! - Ele disse pegando em minha mão. 

- Eu preciso pensar, me dá um minuto. Eu quero pensar. 

- Calma, vou resolver isso. 

Ele saiu e conversou com a organizadora. Eles me esperavam lá fora, mas vi que eu podia me acalmar e pensar. Fazia quase 5 minutos quando tomei toda coragem e sai do carro, pronta para o que tinha que fazer.

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