Capitulo 78

Capitulo dedicado a Izabela Maciel!

Um mês depois...

Narrado por Carolina.

Estava de folga, resolvi fazer umas compras. Fernando tinha acabado de sair pro trabalho e eu ainda estava deitada na minha cama, de repente ele me veio a mente. Nunca mais tinha visto, ou falado com Luan, por onde ele estaria? Era estranho talvez pensar que minha menina vinha até a minha casa e ele não aparecia. No fim de semana, como Bruna veio morar em São Paulo, os avôs de Lili trazia ela pra mim. 

- E o Luan? - Perguntei em um desses dias. 

Seu Amarildo só confirmou com a cabeça, como um "ele vai ficar bem". Meu casamento ia bem, eu e Fernando tínhamos uma grande sintonia, mas as vezes me pegava pensando em como estaria se não tivesse entrado naquela igreja. Eu sabia, no fundo, que meu coração era do cantor. Levantei, tirei a roupa ali mesmo e entrei no banheiro. Estava morando na cobertura do Fer, e meu apartamento estava alugado. No banho, novamente me lembrei dele, pensei em ligar e sai, me trocando pra sair. Antes de sair, peguei o celular e disquei os números bem conhecidos. Tocou, tocou e nada. Olhei o relógio, eram 10:00, ele certamente estava dormindo. Desci o elevador e sai em direção ao shopping. Passei o resto da manhã comprando algumas coisas e depois fui almoçar, num restaurante dali mesmo. Sai do shopping, resolvida a ir pra casa. Algumas quadras depois, decidi ligar o radio. Estava terminando uma musica, e começou outra. Um toque calmo, somente no violão, e então a voz ecoou pelo carro. Luan cantava uma musica de saudade, linda, cheia de amor. Cantava que não importava quanto tempo fosse, ia esperar por alguém casado. Fechei os olhos no semáforo, entendendo de primeira que aquilo era pra mim. A musica acabou rapidamente, de tanto que fiquei entretida. O locutor anunciou: novo sucesso de Luan Santana, Te esperando. Mal pude me recuperar e para o carro no estacionamento do prédio que meu celular tocou. Desconhecido. Atendi com receio. 

- Alô. 

- Carol? 

- Oi Luan. 

- Você... Me ligou?

- Liguei. Queria saber como você está. E por sinal, ouvi sua musica agora mesmo. 

- Gostou?

Demorei pra responder, parada em frente ao volante. 

- É linda. - Disse suspirando. 

- É mesmo pra você ter gostado. - Ele disse sem cerimonias. - Bom, eu estava pensando, estou em São Paulo, posso te ver? 

Pensei um pouco. 

- Luan...

- Como amigos. Fernando sabe?

- Não. - Disse. - E não vou contar. O que aconteceu Luan, foi um erro. 

- Tudo bem. Olha, posso te ver? 

- Pode. Vem em casa. 

- Onde é? 

Passei o endereço e ele anotou.

- Daqui uns trinta minutos eu to ai. Estou perto. 

- Tudo bem. Já almoçou? 

- Sim.

- Então vejo algo pra comermos a tarde. 

Ele logo desligou e eu antes de subir, liberei a entrada dele na portaria. Dei uma organizada nas coisas e logo bateram a campainha. Fui atender e ele estava sorrindo parado bem em frente da minha porta. 

- Oi. - Consegui sentir seu perfume. 

- Oi Luan, como você está? - Perguntei sorrindo. 

- Para com isso vai. - Ele abriu os braços e eu não fiz doce, abracei firme. - Não vai me convidar pra conhecer seu ninho de amor? - Ele virou os olhos. 

- Entra. - Me afastei dando passagem a ele. - E para com isso, eu amo o Fernando. 

- Ama mesmo?

Ele se aproximou e ficou a centímetros de mim, olhando bem nos meus olhos. Desviei o olhar pra não cair no jogo dele, mas entrei ele com a sua boca e havia me esquecido que ela era linda. Ele estava se aproximando e eu ansiei por isso, mas quando estava prestes a me tocar com seus lábios, ele se afastou. 

- Vai ficar tentando me seduzir? Quero conhecer sua casa! - Percebi seu jogo. 

- Quer mesmo? - Levantei a sobrancelha impaciente. 

- Não. - Ele sentou no sofá. - Vim aqui por outro motivo. Quero conversar com você. 

- Conversar? - Sentei ao seu lado. 

- É. - Ele sorriu. - Sobre o que aconteceu aquele dia.

- Fale. - Mordi a boca. 

- Não vai mais acontecer. - Ele disse serio e eu percebi que me decepcionei com aquilo. 

- Mas é claro que não. - Disse impaciente.

- Ei, ta arisca por que? 

- Você me deixa assim. 

Ele deu um sorriso malicioso e me arrependi do que disse. 

- Bom, enfim, eu quero que sejamos amigos. Se o Fernando não se incomodar, claro. 

- Não... Acho que está tudo bem pra ele. 

- Mas olha, é amigos mesmo, que nem antes, bem assim oh! - Ele me puxou com a brutalidade que ele tinha quando queria e me colocou em seu colo. 

Me puxou firme e deitou comigo. Ficamos bem colados, um de frente ao outro. 

- Ta tudo bem pra ele? - Ele disse sorrindo e bem próximo da minha boca. 

É logico que ele sabia que não estava tudo bem. 

- Ele não precisa saber... 

- Vai mentir pro seu marido? - Ele ergueu a sobrancelha do jeito que só ele sabia. 

- Para de fingir que se importa. - Ele gargalhou. 

- Mas vem cá. - Me puxou pra mais perto. - Como ta sua vida? Seus sonhos minha boneca?

- Bem. - Apertei ele, que deu um meio sorriso. - Que houve? 

- Não ta bem. Eu não acho que você vai realizar seus sonhos com ele. Queria que sim, te quero feliz, mas você tem que se sentir feliz. 

- Você acha? 

- A primeira prova disso é que vocês são casados a um mês e você devia ter o brilho de felicidade no olhar, o brilho que eu não vejo. 

Olhei pra ele sem resposta. 

- E outra, você abriu mão dos seus sonhos com ele. Quando se ama... - Ele pegou as pontas dos meus dedos por cima do seu peito e brincava com elas, sem me olhar enquanto falava. - Quando se ama queremos ainda mais realizar nossos desejos, ao lado daquela pessoa. 

- Como sabe?

- Eu passei por isso. Mas eu fui um burro e descobrir isso da pior forma.

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