Capitulo 75

Dedicado a Anna Mialaret!

Um mês depois...

Estava a caminho de São Paulo no carro com meus pais e Lilian, no outro carro estava Bruna e o namorado. Tinha decidido acompanhar eles por causa de Lili. Ela chorou querendo que eu fosse ao casamento. Iria ficar no hotel e enrolaria ela lá. Paramos num posto e todos desceram, menos eu. Vi Bruna fazer sinal que já ia e então veio até o carro, entrando e fechando a porta ao meu lado. Olhei de relance e então voltei a fitar a janela, sem reação. Estava preso em um mundo particular, lutando contra a ideia.

- Qual o plano?

- Plano? - Virei pra ela.

- Plano ué... Posso te ajudar.

- Bruna, não tem plano. - Disse, entendendo o que ela dizia.

- Quer ajuda? Eu pensei em...

- Bruna, eu não vou a lugar nenhum. Não devia ter nem saído de Londrina, mas a Lilian foi mais forte.

- Você não vai fazer nada? - Ela disse decepcionada.

- Por que faria? Eu quero ela feliz, e ele é melhor pra ela.

- Não é você.

- Ta me substituindo bem.

- Luan, faz alguma coisa. Ela não vai sair hoje.

- Não?

- Não, não quis fazer despedida. Vai ficar sozinha em casa. Vai Luan...

Bufei e olhei pra janela. Ela perdeu a paciência e saiu emburrada. Seguimos viagem logo, então quando pisei no quarto, consegui respirar com liberdade. Estava sozinho, Lilian seria levada por Bruna até Carol pela manhã e então acabou ficando no quarto dela.. Sentei na cama e respirei fundo, deixando lagrimas molharem meu rosto. Eu não podia fazer mais nada, podia? Só aceitar. 

- Para de chorar Luan, que feio.

Deixei a água escorrer pelo meu corpo e desejei que tudo passasse rápido, que o fim de semana voasse e eu voltasse pra rotina de shows, só queria acordar daquele pesadelo e sair da cidade. Se ao menos pudesse senti-la mais uma vez... Deixei o sabonete cair e parei, olhando pra frente. Tirei o resto de espuma do corpo e sai correndo, me secando e abrindo a mala. Peguei uma calça jeans azul, como ela mais gostava e uma camiseta da mesma cor. Dei uma ajeitada no cabelo e joguei o boné por cima. Já estava bem escuro, era quase 21:00. Respirei fundo enquanto calçava o tênis e me perfumei. Já sai correndo pegando a carteira e o meu celular. Quando já estava na recepção, pedi um axi e vi que não tinha o endereço. Subi correndo, bati no quarto da Bruna.

- Luan... - Ela suspirou me olhando. - Vai sair? Meu, para de fazer tudo errado.

- Me arranja o endereço dela? - Ignorei a acusação sem sentido. Ela devia ter pensado que estava indo pra balada.

- Você vai ficar bem? - Ela me deu um papel.

- Vou, vou de táxi. Fica tranquila. Não conta pra ninguém.

- Tudo bem.

Dei um beijo nela e sai correndo porta a fora. Entrei no táxi e cada metro até seu apartamento bem localizado e perto de onde eu estava era uma viagem pra China. Quando paramos em frente, paguei o cara e sai. Me anunciaram pela portaria e ela me autorizou. Parei bem em frente a sua porta e bati de leve. Não deu meio segundo e ela abriu com tudo, revelando uma Carolina assustada e vestida de forma extremamente provocante pra mim.

- O que você quer Luan?

- Eu posso entrar? - Sorri.

Ela me deu passagem e fechou a porta. Observei sua sala pequena, mas totalmente organizada e confortável.

- Olha, eu não sei o que você qu...

- Eu te amo. - Virei pra ela.

Ela parou me olhando alguns segundos e depois riu sarcástica.

- Um pouco tarde, não acha?

- Talvez, mas eu preciso tentar.

- Tentar o que Luan?! 

Me aproximei de repente e puxei ela, colando nosso corpo e rosto. 

- Eu amo você Carolina.

Nossos olhos se encontraram e foi como o mundo todo não existisse. Olhei seus lábios.

- Fala... Quero olhar essas palavras saindo da sua boca. Pode mentir pra mim, pro Fernando, mas não pra você. Sua consciência sabe que me ama.

- Você ta louco...

- Sempre fui, por você... Eu te amo, muito mais que esse cara. Não duvido que ele pode te fazer feliz, mas eu sei que meu amor por você é o maior do mundo. Te amo como amiga, como mãe, como companheira, conselheira, e como mulher.

Tomei coragem e juntei nossas bocas. De inicio, ela não retribuiu, mas em segundos estávamos nos beijando de forma intensa, cheia de saudade, desabafo e amor, unido nossos corpos. 

- Eu te amo. - Ela sussurrou.

- Eu te amo muito, eu te vivo.

- Eu vivo você Luan. - Cochichamos, cada vez mais unidos.

Nos amamos por horas, e com ela sobre meu peito, iniciei o que seria conversa mais angustiante da minha vida.

- Volta pra mim? Larga esse cara, vem ser minha... - Beijei sua testa. 

- Luan, não posso. Isso que fizemos foi errado.

- É errado se amar? Posso te fazer mais feliz que ele.

- Não é questão de me fazer feliz. - Lagrimas saíram dos seus olhos. - Você me fez a pessoa mais feliz do mundo, mas...

- Mas...

- Mas me fez sofrer. - Ela me olhou com os olhos molhados. - Ele não me faz sofrer.

- E nunca me arrependi de algo como me arrependo disso. - Peguei seu rosto entre as mãos.

- Eu quero ser feliz Luan.

- Vem ser comigo...

- Eu não posso. 

Aquilo quebrou meu coração.

- Não me diz isso. - Fechei os olhos e apertei eles com as mãos.

- Desculpa, mas não posso confiar em você de novo. - Ele chorava e me deu um beijo sobre os lábios. - Eu te amo, mas não dá mais pra gente Luan.

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